O clima econômico da América Latina avançou pelo segundo trimestre consecutivo, embora esteja na zona desfavorável. A melhora veio da alta das expectativas e liderada dos resultados da sondagem no Brasil, segundo levantamento divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O indicador do clima econômico do Brasil avançou de 33,9 pontos negativos em outubro de 2018 para 3,6 pontos positivos em janeiro de 2019 - recuperação vinda do aumento de 240% do indicador de expectativas.
No mundo, o Índice caiu e se mantém na zona desfavorável influenciado pela queda tanto dos indicadores que medem a situação atual quanto das expectativas.
O indicador do mundo, que era sistematicamente melhor do que o da América Latina desde abril de 2013, inverteu na sondagem atual, com a melhora do resultado da América Latina, embora ancorado apenas no avanço das expectativas.
Entre as maiores economias do mundo, o clima econômico piorou nos Estados Unidos, União Europeia, França, Japão e Reino Unido. "As grandes economias estão ainda experimentando uma conjuntura favorável, mas as incertezas quanto as decisões do governo estadunidense, os protestos na França, a discussão sobre o Brexit e a guerra comercial com a China fazem com que as expectativas não sejam favoráveis", informa a FGV.
Entre os Brics, a China, segunda maior economia do mundo, teve queda em consequência de uma piora das avaliações sobre a situação atual e expectativas. O mesmo ocorre na África do Sul. Rússia, Índia e Brasil registram melhora na avaliação do clima econômico, mas apenas os dois últimos países estão na zona favorável do indicador. A Índia registra indicador positivo desde outubro de 2013, o que sinaliza um período sustentado para um crescimento favorável.
Na América Latina, o indicador melhorou na Argentina, Bolívia e Brasil entre as duas últimas sondagens, mas Argentina se mantém em nível desfavorável. Nos demais países, houve piora do clima econômico com destaque para o México, cujo resultado se deteriorou muito em relação à última sondagem. Além dele, Equador e Uruguai estão na zona de avaliação desfavorável. Chile, Colômbia, Paraguai e Peru registraram queda, mas permaneceram com avaliação favorável.
Argentina, Brasil, Bolívia e México registraram resultados positivos nas expectativas. O Brasil foi o único país que melhorou a avaliação da situação atual e das expectativas. No entanto, a situação atual continua na zona desfavorável, o que pode ser revertido com aprovação de reformas para equilibrar a situação fiscal.
O ano de eleições na Argentina, Uruguai e Bolívia poderá alterar o cenário de expectativas nos três países. O caso da Venezuela poderá também impactar as expectativas dos vizinhos geográficos, segundo o estudo.
A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países. A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia - simultaneamente - em todos os países da região. Em Janeiro, foram consultados 138 especialistas econômicos em 15 países da América Latina.
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